O Brasil enfrenta um cenário preocupante em 2025. Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) permanecem em alta na maior parte do país, segundo dados recentes da Fiocruz. Com o aumento de 30% nos casos registrados em relação ao mesmo período do ano anterior, a população precisa redobrar os cuidados. O inverno intensifica ainda mais essa situação, criando o ambiente perfeito para a propagação de diversos vírus respiratórios.

O metapneumovírus humano (HMPV), que ganhou destaque após um surto na China, já foi detectado em estados brasileiros como Pernambuco. Ao mesmo tempo, o índice de casos positivos foi de 33,4% de influenza A, 1,1% de influenza B, 47,7% de vírus sincicial respiratório nas últimas semanas. Esses números revelam que não estamos lidando com apenas um inimigo invisível, mas com múltiplos vírus circulando simultaneamente.

Principais vírus respiratórios em circulação

Vírus Respiratório Percentual de Casos (%) Observações Adicionais
Influenza A 33,4% Principal responsável por complicações graves
Influenza B 1,1% Menor impacto em comparação com a Influenza A
VSR (Vírus Sincicial Respiratório) 47,7% Atinge principalmente crianças menores de 2 anos
Metapneumovírus Humano (HMPV) Em ascensão Detecção recente, com foco nas regiões afetadas
SARS-CoV-2 (COVID-19) 3% Presença reduzida, mas ainda relevante

O cenário atual dos vírus respiratórios no Brasil

O boletim InfoGripe da Fiocruz revelou dados alarmantes sobre a situação epidemiológica nacional. No Brasil, 13 estados e o Distrito Federal estão em nível de alerta, de risco ou de alto risco para a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Entre os estados mais afetados estão Acre, Bahia, Espírito Santo e São Paulo.

Números que impressionam

O aumento expressivo dos casos tem sobrecarregado o sistema de saúde. Em Santa Catarina, por exemplo, foram registradas mais de 8 mil notificações de SRAG apenas no primeiro semestre de 2025. A região Sul, tradicionalmente afetada durante o inverno, viu seus hospitais operando próximo da capacidade máxima.

Entre as crianças, permanece a preocupação com o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite. Essa inflamação atinge as estruturas mais finas dos pulmões e pode ser fatal, especialmente se for com menos de 2 anos.

Quais são os principais vírus respiratórios em circulação

Influenza A e B

O vírus da gripe comum continua sendo um dos principais vilões. Entre as mortes registradas com testes positivos para as doenças respiratórias, 30,4% estavam com Influenza A. A transmissão ocorre principalmente através de gotículas respiratórias e o vírus se torna ainda mais agressivo em temperaturas baixas.

Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Responsável por quase metade dos casos graves em 2025, o VSR afeta principalmente crianças pequenas. O vírus causa desde sintomas leves até quadros graves de bronquiolite e pneumonia.

Metapneumovírus Humano (HMPV)

Detectado pela primeira vez na Holanda, em 2001, o metapneumovírus humano (hMPV, na sigla em inglês) é o responsável por um surto recente de infecções respiratórias. No Brasil, os primeiros casos de 2025 foram confirmados em Pernambuco, gerando alerta nas autoridades de saúde.

SARS-CoV-2 (COVID-19)

Embora em menor proporção, o vírus da COVID-19 ainda circula e representa cerca de 3% dos casos de SRAG. A diminuição dos casos reflete o sucesso da vacinação em massa, mas não significa que podemos baixar a guarda.

Grupos de risco e sintomas de alerta

Alguns grupos precisam de atenção especial durante este período de alta circulação viral:

Populações vulneráveis

  • Crianças menores de 5 anos: Sistema imunológico ainda em desenvolvimento
  • Idosos acima de 60 anos: Maior risco de complicações graves
  • Gestantes: Alterações imunológicas naturais da gravidez
  • Pessoas com doenças crônicas: Diabetes, hipertensão, problemas cardíacos
  • Imunossuprimidos: Pacientes em tratamento de câncer ou transplantados

Sinais de alerta para buscar ajuda médica

Os sintomas iniciais podem parecer um resfriado comum, mas alguns sinais indicam gravidade:

  • Dificuldade para respirar ou falta de ar
  • Febre alta persistente (acima de 39°C por mais de 3 dias)
  • Dor no peito ao respirar
  • Lábios ou rosto azulados
  • Confusão mental ou sonolência excessiva
  • Piora súbita após melhora inicial

Como se proteger: 10 medidas práticas

1. Higienização das mãos

A lavagem das mãos é uma prática simples e eficaz para a prevenção. Lave com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente antes das refeições e após usar o banheiro. Na ausência de água, use álcool gel 70%.

2. Etiqueta respiratória

Cubra nariz e boca com o cotovelo ao tossir ou espirrar. Essa prática, consolidada durante a pandemia, continua sendo fundamental para evitar a dispersão de gotículas contaminadas.

3. Uso de máscaras

Em locais fechados com aglomeração ou ao apresentar sintomas gripais, a máscara continua sendo uma aliada importante. Pessoas com sintomas devem usar máscara ao sair de casa.

4. Ventilação de ambientes

Mantenha janelas abertas sempre que possível. No inverno as pessoas ficam mais dentro de casa, nos escritórios, andam no transporte público com as janelas fechadas, criando o ambiente ideal para transmissão viral.

5. Evite tocar o rosto

As mãos entram em contato com diversas superfícies ao longo do dia. Evitar tocar olhos, nariz e boca reduz significativamente o risco de infecção.

6. Não compartilhe objetos pessoais

Copos, talheres, toalhas e outros itens de uso pessoal devem ser individuais. O compartilhamento facilita a transmissão entre pessoas da mesma casa.

7. Alimentação saudável e hidratação

Uma dieta equilibrada fortalece o sistema imunológico. Inclua frutas, verduras e mantenha-se hidratado bebendo água regularmente. Você pode ver mais dicas de alimentação como essa no portal Bula Remédio.

8. Isolamento quando doente

Pessoas com sintomas devem evitar sair de casa, especialmente para ambientes de trabalho ou estudo. O isolamento temporário protege os outros e acelera a recuperação.

9. Limpeza de superfícies

Maçanetas, mesas, teclados e celulares devem ser limpos regularmente com álcool 70% ou produtos apropriados.

10. Evite aglomerações desnecessárias

Pessoas dos grupos de risco devem evitar locais fechados e com muita gente, principalmente em horários de pico.

A importância da vacinação

As vacinas contra covid-19 e influenza continuam sendo eficazes contra formas graves, reduzindo o número de hospitalizações e óbitos. O Ministério da Saúde ampliou o acesso à vacina da gripe para toda a população acima de 6 meses.

Profissional aplicando vacina no braço de uma pessoa
Vacinas são fundamentais para a proteção contra doenças respiratórias, incluindo a gripe. Imagem: Jornal da Fronteira.

Calendário vacinal 2025

  • Influenza: Disponível gratuitamente no SUS para todos
  • COVID-19: Doses de reforço para grupos prioritários
  • VSR: Vacina para gestantes será incorporada ao SUS no segundo semestre

Por que se vacinar mesmo após ter gripe?

A vacina protege contra três tipos principais do vírus influenza. Mesmo quem já teve gripe neste ano deve se vacinar, pois pode ter sido infectado por apenas uma cepa do vírus.

Quando procurar atendimento médico

Nem todo sintoma respiratório exige ida ao hospital. Saiba quando é hora de buscar ajuda:

Procure a unidade básica de saúde se:

  • Febre moderada com mal-estar geral
  • Tosse persistente sem falta de ar
  • Dor de garganta e coriza

Vá ao pronto-socorro se apresentar:

  • Dificuldade respiratória importante
  • Febre alta que não cede com medicação
  • Prostração intensa
  • Sinais de desidratação
  • Piora após 48 horas de tratamento em casa

Perspectivas e monitoramento

O Ministério da Saúde informou que acompanha “atentamente” o surto de metapneumovírus humano (HMPV) registrado ao longo das últimas semanas na China. A vigilância epidemiológica brasileira mantém comunicação constante com a OMS e autoridades internacionais.

O que esperar para os próximos meses

Com a chegada do inverno, a tendência é de aumento nos casos. Estados do Sul e Sudeste tradicionalmente enfrentam picos entre junho e agosto. O monitoramento contínuo através do sistema InfoGripe permite ajustes rápidos nas estratégias de combate.

Avanços no tratamento

Novos testes diagnósticos permitem identificar múltiplos vírus respiratórios simultaneamente. O Painel Respiratório 21 (PR21+) é um teste molecular que identifica 21 patógenos respiratórios em uma única análise, agilizando o tratamento adequado.

A situação dos vírus respiratórios em 2025 exige atenção, mas não pânico. Com medidas preventivas adequadas e conscientização da população, é possível reduzir significativamente o impacto dessa onda de infecções. A experiência adquirida durante a pandemia de COVID-19 nos ensinou valiosas lições sobre prevenção e cuidado coletivo.

O Brasil possui um sistema de vigilância robusto e profissionais capacitados para enfrentar este desafio. A colaboração entre autoridades de saúde, profissionais da linha de frente e população é fundamental para superar mais esta batalha contra os vírus respiratórios.

Você já tomou sua vacina contra a gripe este ano? Pequenas ações individuais fazem grande diferença na proteção coletiva.

Dúvidas Frequentes

O metapneumovírus é um vírus novo?

Não. O metapneumovírus humano é um patógeno respiratório descoberto em 2001. No Brasil, foi identificado pela primeira vez em 2004 e é monitorado desde então.

Qual a diferença entre gripe comum e SRAG?

A gripe comum apresenta sintomas leves a moderados que melhoram em alguns dias. A SRAG é uma complicação grave que requer internação hospitalar, caracterizada por dificuldade respiratória severa.

As vacinas de COVID-19 protegem contra outros vírus respiratórios?

Não. Cada vacina protege contra vírus específicos. Por isso é importante manter todo o calendário vacinal atualizado, tomando tanto a vacina da COVID-19 quanto a da gripe.

Crianças podem usar máscaras?

Sim, crianças acima de 2 anos podem usar máscaras quando necessário. Para menores de 2 anos, outras medidas de proteção devem ser priorizadas devido ao risco de sufocamento.

Por quanto tempo devo ficar isolado se estiver com sintomas?

O isolamento deve durar enquanto houver sintomas, geralmente de 5 a 7 dias. Em casos de COVID-19 confirmada, siga as orientações específicas do médico.

É seguro viajar durante o surto de vírus respiratórios?

Viagens podem ser realizadas com precauções extras: use máscara em ambientes fechados, higienize as mãos frequentemente e evite viajar se estiver com sintomas.

Existe tratamento específico para o metapneumovírus?

Não há tratamento antiviral específico. O manejo é baseado no alívio dos sintomas e suporte respiratório quando necessário, similar ao tratamento de outras viroses respiratórias.

Quando a vacina contra o VSR estará disponível no SUS?

O Ministério da Saúde já anunciou a incorporação da vacina para as gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre de 2025.

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