O Ozempic, medicamento que ganhou notoriedade por seus efeitos na perda de peso, está prestes a enfrentar uma mudança significativa no mercado farmacêutico brasileiro. Com o prazo da patente definido para expirar em 2026, muitas questões surgem sobre o futuro deste medicamento e suas implicações para consumidores e indústria. Veja a seguir, detalhes desta situação.
O que é o Ozempic e por que ele é tão popular?
O Ozempic é um medicamento desenvolvido pela empresa dinamarquesa Novo Nordisk, inicialmente indicado para o tratamento de diabetes tipo 2. No entanto, sua popularidade cresceu exponencialmente quando usuários começaram a relatar uma perda de peso significativa como efeito colateral do tratamento.
Mecanismo de ação do Ozempic
O princípio ativo do Ozempic é a semaglutida, uma versão sintética do hormônio GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon 1). Este hormônio atua no organismo de várias formas:
- Aumenta a sensação de saciedade
- Reduz o apetite
- Diminui a velocidade do esvaziamento gástrico
- Estimula a produção de insulina
Estes efeitos combinados resultam não apenas no controle da glicemia em pacientes diabéticos, mas também em uma redução considerável do peso corporal em muitos usuários.
A controvérsia do uso para emagrecimento
Apesar de sua eficácia na perda de peso, é importante ressaltar que o Ozempic não possui indicação em bula para o tratamento da obesidade. Seu uso para este fim é considerado “off-label”, ou seja, fora das indicações aprovadas pelos órgãos reguladores.
Esta situação gerou debates éticos e médicos sobre a prescrição do medicamento para fins estéticos, levantando questões sobre segurança e eficácia a longo prazo.
O que é uma patente e como ela se aplica aos medicamentos?

Definição de patente
Uma patente é um direito exclusivo concedido pelo Estado a inventores ou empresas, permitindo que eles explorem comercialmente sua invenção por um período determinado. Durante este período, terceiros são impedidos de produzir, usar ou vender a invenção sem autorização do detentor da patente.
Patentes na indústria farmacêutica
No setor farmacêutico, as patentes desempenham um papel essencial:
- Incentivam a inovação ao garantir retorno financeiro para pesquisas e desenvolvimento
- Protegem o investimento das empresas em novos medicamentos
- Permitem que as empresas recuperem os custos de desenvolvimento e testes clínicos
- Garantem exclusividade de mercado por um tempo limitado
Duração das patentes de medicamentos no Brasil
No Brasil, a Lei de Propriedade Industrial (Lei 9.279/96) estabelece que a duração de uma patente de medicamento é de 20 anos, contados a partir da data de depósito do pedido. Este prazo não pode ser estendido ou prorrogado, mesmo que o processo de aprovação da patente seja demorado.
A situação da patente do Ozempic no Brasil
A patente do Ozempic no Brasil tem sido objeto de discussão e controvérsia nos últimos tempos. Vamos analisar os principais pontos desta situação.
O prazo de expiração da patente
De acordo com as informações disponíveis, a patente do Ozempic no Brasil está programada para expirar em março de 2026. Este prazo foi determinado seguindo as regras estabelecidas pela legislação brasileira.
Tentativas de extensão da patente
A Novo Nordisk, empresa detentora da patente do Ozempic, tem buscado estender o prazo de exclusividade do medicamento no Brasil. A empresa argumenta que o longo processo de aprovação da patente no país (que levou 13 anos) reduziu significativamente o período efetivo de exclusividade.
Resposta do governo brasileiro
Até o momento, o governo brasileiro não concedeu a extensão solicitada pela Novo Nordisk. As autoridades brasileiras têm mantido a posição de que o prazo de 20 anos estabelecido por lei deve ser respeitado, independentemente do tempo de tramitação do processo de aprovação da patente.
Implicações do fim da patente do Ozempic
O término da patente do Ozempic em 2026 trará diversas mudanças para o mercado farmacêutico e para os consumidores. Vamos explorar algumas das principais implicações.
Entrada de medicamentos genéricos e similares
Com o fim da exclusividade, outras empresas farmacêuticas poderão produzir e comercializar versões genéricas ou similares do Ozempic. Isso significa que o princípio ativo semaglutida poderá ser utilizado por outros laboratórios para desenvolver medicamentos com a mesma eficácia.
Redução de preços

Estima-se que o custo possa cair entre 50% e 70% em relação ao valor atual, que varia entre R$ 700 e R$ 1.000.
Maior acessibilidade
A redução de preços e a maior oferta de opções no mercado devem tornar o medicamento mais acessível, especialmente para pessoas de menor renda. Isso pode significar um aumento no número de pacientes que terão acesso ao tratamento.
Impacto na indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica brasileira está se preparando para o fim da patente do Ozempic. Muitas empresas já estão desenvolvendo suas versões do medicamento, o que deve gerar uma competição significativa no mercado a partir de 2026.