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A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma condição que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo, levando à perda gradual da visão. Agora, um novo avanço significativo no tratamento dessa enfermidade passou a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com a publicação da Portaria SCTIE/MS nº 18, dois medicamentos essenciais, aflibercepte e ranibizumabe, foram incorporados ao SUS para o tratamento de DMRI. Entenda nesta matéria tudo sobre esses medicamentos, quem tem direito ao tratamento e outros detalhes fundamentais.

O que é a Degeneração Macular relacionada à idade (DMRI)?

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença que atinge a área central da retina, chamada mácula. Essa parte é responsável pela visão central e pela percepção de detalhes. Na DMRI, ocorre uma degeneração nessa área, o que pode resultar em uma perda gradual da visão central. A doença é dividida em dois tipos principais: DMRI seca e DMRI neovascular (ou úmida).

Como o SUS passa a atuar no tratamento da DMRI?

Com a nova portaria, o SUS incorpora os medicamentos aflibercepte e ranibizumabe para tratar a DMRI neovascular. Ambos os medicamentos são aplicados por meio de injeções intraoculares, um método comprovadamente eficaz para estabilizar a progressão da DMRI.

Esses medicamentos atuam bloqueando a ação do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), uma proteína que, quando presente em excesso, provoca o crescimento descontrolado de vasos sanguíneos na retina. Esse bloqueio evita danos adicionais à retina e ajuda a preservar a visão central.

Quem tem direito ao medicamento para doença ocular pelo SUS?

O tratamento oferecido pelo SUS é direcionado a pessoas diagnosticadas com DMRI neovascular e que tenham mais de 60 anos. De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da DMRI neovascular, os pacientes elegíveis devem atender a critérios clínicos específicos para a recomendação do uso dos medicamentos aflibercepte e ranibizumabe.

Critérios para receber o tratamento pelo SUS:

  1. Diagnóstico médico de DMRI neovascular.
  2. Idade superior a 60 anos.
  3. Necessidade de bloqueio do VEGF, comprovada por exame médico.

Principais causas e fatores de risco da DMRI

A DMRI é uma condição que afeta majoritariamente a população idosa, especialmente entre aqueles de 55 a 80 anos. Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver a doença, entre eles:

Esses fatores de risco indicam a importância de cuidados preventivos. Evitar o tabagismo, adotar uma dieta equilibrada e realizar consultas regulares com um oftalmologista são passos fundamentais para reduzir o risco de DMRI.

O tratamento oferecido pelo SUS é direcionado a pessoas diagnosticadas com DMRI neovascular e que tenham mais de 60 anos. Imagem: Freepik
O tratamento oferecido pelo SUS é direcionado a pessoas diagnosticadas com DMRI neovascular e que tenham mais de 60 anos. Imagem: Freepik

Como funciona o tratamento com Aflibercepte e Ranibizumabe

Ambos os medicamentos são administrados diretamente nos olhos, por meio de injeções intraoculares. O objetivo é impedir a formação de novos vasos e o vazamento de líquidos na retina. Embora o procedimento possa parecer invasivo, é altamente eficaz e seguro quando realizado por um oftalmologista.

A administração desses medicamentos pelo SUS permitirá que um número maior de pessoas tenha acesso a um tratamento de qualidade, essencial para manter a visão e a qualidade de vida.

Qual é o impacto do medicamento para doença ocular no Brasil?

A inclusão de aflibercepte e ranibizumabe no SUS representa uma mudança significativa para o tratamento de DMRI no Brasil. Essa decisão foi baseada em estudos da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que comprovou a eficácia desses medicamentos. Antes, o único tratamento disponível para DMRI no SUS era a fotocoagulação a laser, indicada apenas para casos específicos.

O impacto é grande, considerando que o Brasil possui uma alta incidência de DMRI devido ao envelhecimento da população. A doença é responsável por cerca de 8,7% de todos os casos de cegueira no país, afetando aproximadamente 3 milhões de pessoas.

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