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A pílula anticoncepcional é uma forma de contracepção frequentemente usada por mulheres globalmente. A seguir, entenda os aspectos essenciais desse método e suas contraindicações.

Composição e tipos de pílulas anticoncepcionais

A contracepção hormonal oral, popularmente conhecida como pílula anticoncepcional, é uma forma eficaz de prevenir a gravidez indesejada. Desenvolvida há décadas, essa alternativa revolucionou o planejamento familiar, oferecendo às mulheres maior controle sobre sua fertilidade.  As pílulas anticoncepcionais são formuladas com hormônios sintéticos que mimetizam os hormônios naturais do corpo feminino. Existem dois tipos principais de pílulas: as combinadas e as de progestágeno isolado.

Pílulas combinadas

As pílulas combinadas contêm dois tipos de hormônios: estrogênio e progestágeno. Esses hormônios trabalham em conjunto para prevenir a gravidez de várias maneiras. O estrogênio nas pílulas combinadas é geralmente o etinilestradiol, enquanto o progestágeno pode variar, incluindo levonorgestrel, desogestrel, gestodeno, entre outros.

As pílulas combinadas são as mais mais prescritas e oferecem benefícios adicionais além da contracepção, como regulação do ciclo menstrual e melhora da acne. Elas estão disponíveis em diferentes dosagens e formulações, permitindo que o médico prescreva a opção mais adequada para cada mulher.

Pílulas de progestágeno isolado

Também conhecidas como “minipílulas”, as pílulas de progestágeno isolado contêm apenas um tipo de hormônio: o progestágeno. Essas pílulas são uma opção para mulheres que não podem ou preferem não usar estrogênio.

As minipílulas funcionam principalmente espessando o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides. Algumas formulações também podem inibir a ovulação. Embora sejam ligeiramente menos eficazes que as pílulas combinadas, as minipílulas são uma excelente opção para mulheres que estão amamentando ou têm contraindicações ao uso de estrogênio.

Mecanismo de ação da pílula anticoncepcional

A pílula anticoncepcional atua de diversas formas para prevenir a gravidez. Compreender seu mecanismo de ação é essencial para entender sua eficácia e importância no planejamento familiar.

Inibição da ovulação

A pílula anticoncepcional atua principalmente através da inibição da ovulação. Os hormônios presentes na pílula alteram o equilíbrio hormonal natural do corpo, impedindo que os ovários liberem óvulos. Sem a liberação de óvulos, não há possibilidade de fecundação.

Nas pílulas combinadas, o estrogênio e o progestágeno trabalham juntos para suprimir a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela glândula pituitária. Essa supressão impede o desenvolvimento e a maturação dos folículos ovarianos, evitando assim a ovulação.

Espessamento do muco cervical

Além de inibir a ovulação, a pílula anticoncepcional também altera a consistência do muco cervical. O progestágeno presente na pílula torna o muco cervical mais espesso e viscoso, criando uma barreira física que dificulta a passagem dos espermatozoides.

Alterações no endométrio

A pílula anticoncepcional também provoca mudanças no revestimento interno do útero, conhecido como endométrio. Os hormônios da pílula tornam o endométrio mais fino e menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado.

Essas alterações endometriais atuam como uma terceira linha de defesa contra a gravidez. Mesmo que ocorra a fecundação, o ambiente uterino modificado torna menos provável que o óvulo fertilizado se implante com sucesso.

Efeitos nos ovários e trompas de falópio

Além dos efeitos mencionados, a pílula anticoncepcional também pode influenciar a função das trompas de Falópio. O progestágeno pode reduzir a motilidade das trompas, diminuindo a probabilidade de encontro entre óvulo e espermatozoide.

Como usar corretamente a pílula anticoncepcional

O uso correto da pílula anticoncepcional é fundamental para garantir sua eficácia máxima na prevenção da gravidez. Seguir as instruções adequadas não apenas aumenta a confiabilidade do método, mas também ajuda a minimizar possíveis efeitos colaterais.

Início do uso da pílula

Para iniciar o uso da pílula anticoncepcional, é recomendado começar no primeiro dia da menstruação. Isso garante proteção imediata contra a gravidez. Alternativamente, algumas mulheres podem iniciar em qualquer dia do ciclo, mas nesse caso, é necessário usar um método contraceptivo adicional (como preservativos) durante os primeiros sete dias.

Rotina diária de administração

A chave para o uso eficaz da pílula anticoncepcional é a consistência. É importante tomar a pílula todos os dias, aproximadamente no mesmo horário. Estabelecer uma rotina diária, como tomar a pílula logo após escovar os dentes à noite, pode ajudar a lembrar.

Pílulas de 21 e 28 dias

Existem dois formatos principais de cartelas de pílulas anticoncepcionais:

  1. Cartelas de 21 dias: neste formato, toma-se uma pílula por dia durante 21 dias consecutivos, seguidos por uma pausa de 7 dias. Durante essa pausa, ocorre o sangramento de privação, semelhante à menstruação.
  2. Cartelas de 28 dias: estas contêm 21 pílulas ativas e 7 pílulas inativas (placebo). Toma-se uma pílula por dia durante 28 dias consecutivos, sem pausa entre as cartelas. O sangramento de privação ocorre durante o período de ingestão das pílulas placebo.
Quem Não Deve Usar a Pílula Anticoncepcional? Conheça as Contraindicações"
Quem não deve usar a pílula anticoncepcional? Conheça as contraindicações. Imagem: Freepik

Contraindicações ao uso da pílula anticoncepcional

Embora a pílula anticoncepcional seja um método contraceptivo amplamente utilizado e geralmente seguro, existem situações em que seu uso não é recomendado ou é contraindicado. É fundamental que mulheres e profissionais de saúde estejam cientes dessas contraindicações para evitar riscos à saúde.

Condições cardiovasculares

  1. Histórico de Trombose Venosa Profunda (TVP) ou Embolia Pulmonar: Mulheres com histórico pessoal de coágulos sanguíneos têm um risco aumentado de recorrência ao usar a pílula.
  2. Doença Cardíaca: Incluindo histórico de ataque cardíaco, angina ou outras condições cardíacas graves.
  3. Acidente Vascular Cerebral (AVC): Histórico prévio de AVC ou ataque isquêmico transitório.
  4. Hipertensão Não Controlada: Pressão arterial elevada que não está adequadamente controlada com medicação.

Condições hepáticas

  1. Doença Hepática Ativa: Incluindo hepatite aguda ou crônica e cirrose.
  2. Tumores Hepáticos: Benignos ou malignos.
  3. Histórico de Colestase Relacionada à Gravidez: Uma condição que afeta o fluxo biliar durante a gravidez.

Condições oncológicas

  1. Câncer de Mama: Atual ou histórico recente.
  2. Câncer Sensível a Hormônios: Como alguns tipos de câncer de ovário ou endométrio.

Fatores de risco cardiovascular

  1. Tabagismo em Mulheres Acima de 35 Anos: O risco de complicações cardiovasculares aumenta significativamente neste grupo.
  2. Múltiplos Fatores de Risco para Doença Arterial: Como idade avançada, tabagismo, diabetes e hipertensão.

Condições metabólicas

  1. Diabetes com Complicações Vasculares: Incluindo nefropatia, retinopatia ou neuropatia.
  2. Diabetes de Longa Duração: Especialmente em mulheres com mais de 20 anos de doença.

Condições neurológicas

  1. Enxaqueca com Aura: Especialmente em mulheres com mais de 35 anos.
  2. Epilepsia Não Controlada: Devido a possíveis interações medicamentosas.

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