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A discalculia é um transtorno de aprendizado que afeta a capacidade de entender e manipular números, impactando diversas áreas da vida. A seguir, entenda os principais aspectos desse transtorno, suas causas, sintomas e desafios enfrentados pelas pessoas que convivem com ele.

1. O que é discalculia?

Discalculia é um transtorno de neurodesenvolvimento que prejudica a compreensão de conceitos matemáticos e o processamento numérico. Afeta cerca de 6% a 7% das pessoas em idade escolar no Brasil, dificultando atividades cotidianas como ler as horas, fazer cálculos simples ou decorar números de telefone. Diferente da dificuldade comum com matemática, a discalculia está relacionada a alterações cerebrais que comprometem o entendimento de números, e não pode ser superada apenas com reforço escolar.

Exemplos do cotidiano

Pessoas com discalculia enfrentam dificuldades em tarefas simples. A psicóloga Larissa Pessoa, diagnosticada com o transtorno, descreve que sua dificuldade em ver as horas em um relógio de ponteiro e em calcular trocos são desafios constantes. Ela conta que, desde a infância, sempre teve dificuldade com números, o que foi erroneamente interpretado como falta de interesse pelos estudos.

2. Impacto nas relações e vida cotidiana

Além de afetar o aprendizado formal, a discalculia também prejudica o dia a dia. Isabela Aquino, estudante de artes visuais, relata que, além da dificuldade em matemática, sofre preconceito de outras pessoas que não compreendem sua condição. Ela menciona que as pessoas a tratam como “alguém de outro mundo”, o que torna as interações sociais mais complicadas.

Finanças pessoais

Outro desafio é o impacto na vida financeira. Esse tipo de dificuldade pode levar ao constrangimento em situações cotidianas, como pagar contas ou conferir o troco corretamente.

3. Causas da discalculia

As causas da discalculia envolvem fatores neurológicos, genéticos e ambientais. Estudos de neuroimagem mostram que o transtorno está associado a diferenças no funcionamento de áreas do cérebro responsáveis pelo processamento numérico, como o lobo parietal. Além disso, fatores hereditários podem influenciar o surgimento da condição, com familiares de pessoas com discalculia apresentando maior chance de ter o transtorno. Fatores ambientais, como o estresse e a falta de suporte educacional adequado, também podem intensificar os sintomas.

4. Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da discalculia é realizado por meio de uma avaliação que envolve psicólogos, pedagogos e neuropediatras. Não existe um teste específico para discalculia, sendo necessária a combinação de exames e relatórios de desempenho escolar. É possível identificar a discalculia a partir dos 7 anos, quando os sinais de dificuldade com números começam a se manifestar de forma clara.

Embora não exista cura para a discalculia, é possível melhorar a qualidade de vida com intervenções pedagógicas e tratamento especializado. A terapia cognitivo-comportamental pode ser uma abordagem eficaz para ajudar os indivíduos a lidar com as dificuldades emocionais associadas à condição. Além disso, o uso de tecnologias assistivas, como aplicativos que ajudam no aprendizado de matemática, pode ser um recurso valioso.

Discalculia: O Impacto Silencioso da dificuldade com números no dia a dia.
Discalculia: O Impacto Silencioso da dificuldade com números no dia a dia. Imagem: freepik

5. Sinais de alerta

Os sinais de discalculia variam de acordo com a idade. Em crianças, a dificuldade para aprender a contar e para entender conceitos simples, como o valor numérico, pode ser um indicativo. Em adolescentes e adultos, as dificuldades tendem a se manifestar em situações práticas do cotidiano, como calcular troco, gerir finanças pessoais ou até mesmo lembrar números relacionados ao tempo, como dias ou meses.

Sinais por faixa etária

6. Desafios e adaptações

Muitas pessoas com discalculia desenvolvem estratégias para minimizar os impactos da condição. Um exemplo é o uso de cartões de crédito para evitar a necessidade de calcular trocos em lojas. Na educação, os alunos buscam focar em questões que não envolvem números para compensar suas dificuldades com a matemática. Em situações de exames, como vestibulares, os candidatos diagnosticados com discalculia têm direito a atendimento especializado, incluindo mais tempo para realizar as provas.

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