A pandemia de Covid-19 deixou marcas profundas na saúde global, incluindo o surgimento de um fenômeno agora conhecido como “Pós-Covid” ou “Covid Longo”. Mas o que realmente é essa condição e quais são os avanços na pesquisa de medicamentos que podem oferecer alívio para os sintomas persistentes? Entenda as respostas neste guia completo.
O que é o Covid Longo?
O Covid Longo ou Pós-Covid refere-se a uma condição onde os sintomas do Covid-19 persistem por mais de 12 semanas após a infecção inicial. Estima-se que a condição afete milhões de pessoas ao redor do mundo, tanto adultos quanto crianças, e apresente uma ampla gama de sintomas. Os principais sintomas incluem fadiga extrema, problemas respiratórios, perda de memória e dor muscular. Esse quadro pode ser debilitante e comprometer gravemente a qualidade de vida.
Principais pesquisas e estudos em andamento
Diante desse desafio, pesquisadores em várias partes do mundo intensificaram os esforços para entender e tratar o Covid Longo. Mas o que essas pesquisas têm revelado? Entre as descobertas, destacam-se possíveis causas da condição, que incluem fatores como a presença de reservatórios virais persistentes, autoimunidade e formação de coágulos sanguíneos. Essas investigações abrem portas para o desenvolvimento de medicamentos específicos para mitigar os efeitos do Pós-Covid.
Como as vacinas reduzem o risco de Covid Longo?
As vacinas contra a Covid-19 não apenas ajudam a evitar a infecção grave, mas também reduzem a probabilidade de desenvolvimento do Covid Longo. De acordo com estudos, indivíduos vacinados têm até 50% menos chance de experimentar sintomas prolongados em comparação aos não vacinados. Por exemplo, um estudo recente indicou que entre mais de 3.000 participantes vacinados, as chances de desenvolver Covid Longo caíram em até 41%.
Tratamentos em teste: Antivirais e outros medicamentos
Pesquisas atuais estão focadas no uso de medicamentos antivirais e imunossupressores para reduzir os sintomas persistentes. Entre eles, o antiviral molnupiravir e o Paxlovid, da Pfizer, estão sendo estudados. Ambos os medicamentos mostraram resultados promissores na redução da gravidade dos sintomas de Covid-19 e podem ajudar a reduzir o impacto do Covid Longo. Estudos estão acompanhando pacientes após o tratamento com esses medicamentos para avaliar seu impacto a longo prazo.
Outros medicamentos e ensaios clínicos
Um estudo inovador conduzido pela Universidade de Cambridge testa o apixabano, um anticoagulante, e a atorvastatina, que reduz o colesterol e a inflamação vascular, em pessoas que foram hospitalizadas com Covid-19. Essas substâncias são avaliadas por seu potencial de evitar complicações graves no período de recuperação, incluindo problemas cardiopulmonares.
Além disso, no Reino Unido, o projeto HEAL-COVID investiga o uso de medicamentos voltados para melhorar a saúde cardiovascular e pulmonar dos pacientes que tiveram Covid-19 grave. Pesquisadores esperam que essas drogas reduzam o risco de hospitalizações recorrentes e mortes em pacientes que enfrentam sequelas graves após a infecção inicial.
A importância dos estudos de longo prazo para o Covid Longo
Pesquisadores também acompanham pacientes que participaram de ensaios clínicos no início da pandemia, como o estudo SOLIDARITY, da Organização Mundial da Saúde. Esse acompanhamento avalia medicamentos como o antiviral remdesivir e o imunossupressor infliximabe para entender seu impacto a longo prazo.
Esses estudos precisam de tempo para gerar resultados confiáveis, uma vez que o Covid Longo é definido pela persistência de sintomas por várias semanas. Para aumentar a precisão das conclusões, pesquisadores estão usando questionários detalhados e mantendo contato frequente com os participantes.
Fatores de risco e causas do Covid Longo
Enquanto a maioria dos estudos busca alternativas para tratar a condição, cientistas também investigam as possíveis causas do Covid Longo. Entre as mais debatidas, estão:
- Reservatórios virais persistentes: alguns cientistas acreditam que fragmentos do vírus possam permanecer no organismo e gerar uma resposta imunológica prolongada.
- Autoimunidade: a infecção inicial pode desencadear uma reação autoimune, onde o sistema imunológico ataca o próprio organismo.
- Coágulos sanguíneos: a formação de microcoágulos pode prejudicar a circulação sanguínea e afetar órgãos como o cérebro e os pulmões, provocando sintomas persistentes.