A cidade do Rio de Janeiro registrou a circulação da nova variante XFG do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. A confirmação foi feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base em sequenciamento genético realizado entre 1º e 8 de julho de 2025.

O sequenciamento genético realizado pelo Laboratório revelou que o Rio de Janeiro é o quarto estado brasileiro a identificar a cepa, após registros em São Paulo (2 casos), Ceará (6 casos) e Santa Catarina (3 casos). A descoberta ocorreu após um discreto aumento no número de casos de Covid-19 diagnosticados em unidades básicas de saúde através de testes rápidos.

O que é a variante XFG e por que ela preocupa

A variante XFG, também conhecida internacionalmente como “Stratus”, é uma recombinante formada pela mistura de material genético de duas linhagens anteriores do coronavírus (LF.7 e LP.8.1.2). Detectada inicialmente no Sudeste Asiático em janeiro de 2025, ela se espalhou rapidamente por vários países e foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante sob monitoramento” no dia 25 de junho.

epresentação microscópica da variante XFG do coronavírus, também conhecida como Stratus, mostrando as partículas virais em destaque.
A variante XFG, também conhecida como ‘Stratus’, é uma recombinante formada pela mistura de material genético de duas linhagens anteriores do coronavírus. Fique alerta! Imagem: Pinterest.

Características genéticas da nova cepa

Segundo a virologista Paola Resende, do Instituto Oswaldo Cruz e membro do Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução de Vírus da OMS, a variante apresenta mutações importantes na proteína spike. “A variante XFG carrega algumas mutações que estão associadas a uma ligeira evasão da resposta imune”, explica a especialista. Essas alterações podem impactar na neutralização por anticorpos, facilitando a transmissão do vírus.

Sintomas da variante XFG: atenção ao sinal diferente

Embora a nova variante compartilhe a maioria dos sintomas clássicos da Covid-19, ela apresenta uma característica distintiva que tem chamado a atenção dos profissionais de saúde: a rouquidão ou voz rouca.

Principais sintomas identificados:

Vacinação atualizada: proteção contra a XFG disponível no SUS

A boa notícia é que as vacinas atualizadas contra a Covid-19 continuam oferecendo proteção contra a variante XFG. O Rio de Janeiro já está aplicando o imunizante atualizado para a linhagem JN.1, que mantém eficácia contra a nova cepa, principalmente na prevenção de formas sintomáticas da doença, casos graves e fatais.

Calendário de vacinação no Rio

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio estabeleceu o seguinte esquema de imunização:

Onde se vacinar

A vacinação está disponível em:

Acesse o site Bula Remédio e fique por dentro de tudo.

Medidas de prevenção continuam essenciais

As medidas preventivas continuam as mesmas, independentemente da identificação de novas subvariantes.

  1. Manter a vacinação em dia – inclusive com doses de reforço
  2. Usar máscara em caso de sintomas gripais ou em ambientes fechados e aglomerados
  3. Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool 70%
  4. Manter ambientes ventilados e evitar aglomerações desnecessárias
  5. Fazer o teste ao apresentar sintomas – mesmo que pareçam leves

Antivirais mantêm eficácia contra a XFG

Segundo análises genéticas da OMS, medicamentos como nirmatrelvir (Paxlovid) e remdesivir (Veklury) continuam sendo opções terapêuticas válidas para casos que necessitem de tratamento específico.

Grupos que podem se beneficiar do tratamento antiviral:

O tratamento deve ser iniciado precocemente, preferencialmente nos primeiros cinco dias de sintomas, sob orientação médica.

Duvidas frequentes

Quanto tempo leva para aparecerem os sintomas após o contato com a variante XFG?

O período de incubação varia de 2 a 14 dias, mas a maioria das pessoas desenvolve sintomas entre 3 a 5 dias após a exposição. Com a XFG, alguns relatos indicam aparecimento mais rápido dos sintomas.

Posso pegar a variante XFG mesmo tendo tido Covid recentemente?

Sim, é possível. A XFG possui mutações que permitem certa evasão imune, possibilitando reinfecção mesmo em quem teve Covid nos últimos meses, embora os casos tendam a ser mais leves.

Existe algum exame específico para detectar a variante XFG?

O teste de Covid-19 comum (antígeno ou PCR) detecta a infecção, mas não identifica a variante. A identificação específica da XFG só é feita através de sequenciamento genético em laboratórios especializados.

Quais cuidados devo ter em casa se alguém da família testar positivo?

Isole a pessoa infectada em um cômodo separado, use máscaras dentro de casa, mantenha ambientes ventilados, não compartilhe objetos pessoais e higienize superfícies frequentemente tocadas.

A variante XFG afeta o olfato e paladar como as primeiras cepas?

A perda de olfato e paladar é menos comum com a XFG do que com as variantes iniciais. Quando ocorre, geralmente é mais branda e de menor duração.

Pessoas assintomáticas podem transmitir a variante XFG?

Sim, pessoas sem sintomas podem transmitir o vírus. Por isso é importante manter medidas preventivas mesmo sem apresentar sinais da doença, especialmente em contato com grupos vulneráveis.

O ar-condicionado aumenta o risco de transmissão da XFG em ambientes fechados?

Ambientes com ar-condicionado sem renovação de ar podem facilitar a transmissão. Prefira ventilação natural ou sistemas com filtros HEPA e renovação constante do ar.

Por quanto tempo uma pessoa com XFG permanece contagiosa?

Geralmente, o período de maior transmissibilidade vai de 2 dias antes até 5-7 dias após o início dos sintomas. Pessoas imunocomprometidas podem transmitir o vírus por período mais prolongado.

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