A indústria farmacêutica oferece uma variedade de opções quando se trata de remédios. Muitas vezes, ao chegar à farmácia com uma receita médica, o consumidor se depara com três alternativas: o medicamento de marca, o genérico e o similar. Esta diversidade pode gerar dúvidas sobre qual opção escolher. Veja abaixo as características únicas de cada tipo de medicamento, suas semelhanças e diferenças, e como essas distinções podem afetar sua escolha na hora da compra.
Compreendendo os tipos de remédios
Antes de entender as especificidades de cada categoria, é fundamental entender que todos os remédios, independentemente de sua classificação, passam por vários processos de aprovação e controle de qualidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável por regular e fiscalizar esses medicamentos no Brasil, garantindo sua eficácia e segurança.
O que são medicamentos marca?
Os medicamentos de referência, também conhecidos como remédios de marca, são aqueles que inauguram uma nova classe terapêutica no mercado. Eles são fruto de extensas pesquisas e desenvolvimento por parte dos laboratórios farmacêuticos.
Características dos remédios de marca:
- São os primeiros a serem lançados em sua categoria
- Possuem nome comercial próprio, geralmente bem conhecido
- Passam por longos períodos de testes antes da aprovação
- Geralmente têm preços mais elevados devido aos custos de pesquisa e marketing
O processo de desenvolvimento
O caminho para um novo medicamento de marca chegar às prateleiras das farmácias é longo e dispendioso. Envolve anos de pesquisa, testes em laboratório, ensaios clínicos e, finalmente, a aprovação regulatória. Este processo pode levar mais de uma década e custar bilhões de reais.
Proteção patentária
Uma vez aprovado, o medicamento de referência possui proteção patentária por um período determinado. No Brasil, esse prazo é de 20 anos, durante os quais o laboratório desenvolvedor tem exclusividade na comercialização do produto.
Entendendo os medicamentos genéricos
Os medicamentos genéricos surgiram como uma opção mais econômica em relação aos de marca. Eles são introduzidos no mercado após a expiração da patente do medicamento de referência.
Principais características dos genéricos:
- Possui o mesmo ingrediente ativo do medicamento padrão.
- Devem apresentar a mesma eficácia terapêutica
- São comercializados pelo nome do princípio ativo, não por um nome comercial
- Geralmente são mais baratos que os medicamentos de marca
Regulamentação e controle de qualidade
No Brasil, a Lei dos Genéricos (Lei 9.787/99) estabelece rigorosos critérios para a produção e comercialização desses medicamentos. Eles devem passar por testes de bioequivalência e biodisponibilidade para comprovar que são intercambiáveis com o medicamento de referência.
Identificação visual
Os remédios genéricos são facilmente identificáveis nas farmácias. Eles apresentam uma tarja amarela na embalagem com a inscrição “Medicamento Genérico” e a citação da Lei 9.787/99.
Desvendando os medicamentos similares
Os medicamentos similares ocupam uma posição intermediária entre os de marca e os genéricos. Eles são cópias dos medicamentos de referência, mas com algumas diferenças sutis.
Características dos similares:
- Têm a mesma substância ativa do remédio de referência
- Podem ter diferenças em aspectos como tamanho, forma e embalagem
- São comercializados com um nome comercial próprio
- Passam por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, assim como os genéricos
Evolução da regulamentação
Inicialmente, os medicamentos similares não eram submetidos aos mesmos testes rigorosos dos genéricos. No entanto, a legislação evoluiu, e hoje eles devem comprovar sua equivalência terapêutica com o medicamento de referência.
Comparando eficácia e segurança
Uma das principais preocupações dos consumidores ao escolher entre remédios de marca, genéricos e similares é se há diferença na eficácia e segurança entre eles.
Estudos de bioequivalência
Tanto os medicamentos genéricos quanto os similares são submetidos a estudos de bioequivalência. Estes testes comparam a biodisponibilidade do princípio ativo no organismo entre o medicamento testado e o de referência.
Garantia de qualidade
A Anvisa realiza inspeções regulares nas fábricas de medicamentos e coleta amostras para análise. Isso garante que todos os tipos de remédios mantenham os padrões de qualidade exigidos.
Percepção do consumidor
Apesar das garantias regulatórias, alguns consumidores ainda têm receio em relação aos medicamentos genéricos e similares. Essa percepção muitas vezes está relacionada ao preço mais baixo, que erroneamente pode ser associado a uma qualidade inferior.
Fatores que influenciam o preço dos remédios
A diferença de preço entre os tipos de medicamentos é um dos fatores mais notáveis para o consumidor. Entender o que compõe esse preço ajuda a desmistificar algumas percepções equivocadas.
Custos de pesquisa e desenvolvimento
Os medicamentos de marca incorporam em seu preço os altos custos de pesquisa e desenvolvimento. Isso inclui não apenas os gastos com o medicamento bem-sucedido, mas também com aqueles que não chegaram ao mercado.
Despesas com marketing
Os remédios de marca geralmente têm orçamentos significativos para marketing e promoção junto à classe médica. Esses custos são repassados ao preço final do produto.
Economia de escala
Medicamentos genéricos e similares se beneficiam de economias de escala, pois não precisam investir em pesquisa e desenvolvimento do princípio ativo. Isso permite que sejam vendidos a preços mais baixos.
Regulamentação de preços
No Brasil, a legislação determina que os medicamentos genéricos devem ser pelo menos 35% mais baratos que os de referência. Isso cria um teto de preço que beneficia o consumidor.