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A hipertensão arterial é uma condição crônica que afeta milhões de brasileiros, exigindo cuidados contínuos e, muitas vezes, o uso de medicamentos para seu controle efetivo. A seguir, entenda os principais tipos de remédios utilizados no tratamento da pressão alta, seus mecanismos de ação, benefícios e precauções necessárias.

A pressão arterial é considerada elevada quando seus níveis ultrapassam consistentemente 140/90 mmHg. Embora mudanças no estilo de vida sejam fundamentais para o controle da hipertensão, em muitos casos, a terapia medicamentosa se torna necessária para reduzir os riscos associados à doença, como problemas cardíacos, renais e cerebrovasculares.

Compreendendo a hipertensão arterial

A hipertensão arterial, também chamada de “pressão alta”, é uma condição marcada por um aumento constante da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. Esta condição afeta uma parcela significativa da população brasileira, sendo mais prevalente em adultos e idosos.

Para entender melhor a hipertensão, é importante conhecer os valores de referência para a pressão arterial:

É importante ressaltar que o diagnóstico de hipertensão não se baseia em uma única medição elevada. Os médicos geralmente realizam várias aferições em diferentes momentos antes de confirmar o diagnóstico.

A hipertensão é uma doença silenciosa, muitas vezes não apresentando sintomas evidentes. Por isso, o acompanhamento regular da pressão arterial é fundamental, especialmente para pessoas com fatores de risco, como:

O tratamento da hipertensão visa não apenas reduzir os níveis pressóricos, mas também prevenir complicações graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. A abordagem terapêutica geralmente inclui mudanças no estilo de vida e, quando necessário, o uso de medicamentos anti-hipertensivos.

Principais classes de medicamentos anti-hipertensivos

O tratamento farmacológico da hipertensão arterial envolve diversas classes de medicamentos, cada uma com seu mecanismo de ação específico. A escolha do medicamento mais adequado depende de vários fatores, incluindo a gravidade da hipertensão, a presença de outras condições médicas e a resposta individual do paciente.

Diuréticos

Os diuréticos são frequentemente utilizados como primeira linha de tratamento para hipertensão leve a moderada. Eles atuam aumentando a excreção de sódio e água pelos rins, reduzindo assim o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial.

Existem três subclasses principais de diuréticos:

  1. Tiazídicos: como a hidroclorotiazida e a clortalidona
  2. De alça: como a furosemida
  3. Poupadores de potássio: como a espironolactona

Os diuréticos tiazídicos são os mais comumente prescritos para hipertensão. Eles são eficazes, bem tolerados e geralmente administrados em dose única diária. No entanto, podem causar desequilíbrios eletrolíticos e aumento dos níveis de glicose e ácido úrico no sangue.

Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)

Os IECAs são medicamentos que bloqueiam a formação da angiotensina II, um hormônio que causa constrição dos vasos sanguíneos. Ao impedir essa constrição, os IECAs promovem a dilatação dos vasos, reduzindo a pressão arterial.

Exemplos de IECAs incluem:

Além de seu efeito anti-hipertensivo, os IECAs oferecem benefícios adicionais para pacientes com insuficiência cardíaca, diabetes e doença renal crônica. No entanto, podem causar tosse seca persistente em alguns pacientes e são contraindicados durante a gravidez.

Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II (BRAs)

Os BRAs, também conhecidos como antagonistas da angiotensina II, atuam de maneira similar aos IECAs, mas bloqueiam diretamente os receptores da angiotensina II. Isso resulta em vasodilatação e redução da pressão arterial.

Alguns exemplos de BRAs são:

Os BRAs são geralmente bem tolerados e não causam tosse, sendo uma alternativa para pacientes que não podem usar IECAs. Assim como os IECAs, são contraindicados na gravidez.

Bloqueadores dos Canais de Cálcio

Estes medicamentos atuam bloqueando a entrada de cálcio nas células musculares das artérias, promovendo relaxamento e dilatação dos vasos sanguíneos. Existem dois tipos principais:

  1. Di-hidropiridínicos: como amlodipina e nifedipina
  2. Não di-hidropiridínicos: como verapamil e diltiazem

Os bloqueadores dos canais de cálcio são eficazes no tratamento da hipertensão e podem ser particularmente úteis em pacientes idosos ou com angina. No entanto, podem causar edema periférico, especialmente nos membros inferiores.

Betabloqueadores

Os betabloqueadores reduzem a frequência cardíaca e a força de contração do coração, diminuindo assim o débito cardíaco e a pressão arterial. Exemplos incluem:

Embora eficazes no controle da pressão arterial, os betabloqueadores não são mais considerados medicamentos de primeira linha para hipertensão, exceto em situações específicas, como após um infarto do miocárdio ou em pacientes com insuficiência cardíaca.

Losartana, candesartana e outros: remédios populares no tratamento da hipertensão
Losartana, candesartana e outros: remédios populares no tratamento da hipertensão. Imagem: Freepik

Escolha do medicamento adequado

A seleção do medicamento anti-hipertensivo mais apropriado é um processo individualizado que leva em conta diversos fatores:

  1. Gravidade da hipertensão
  2. Presença de outras condições médicas (comorbidades)
  3. Potenciais interações medicamentosas
  4. Perfil de efeitos colaterais
  5. Custo e disponibilidade do medicamento
  6. Preferências do paciente

Em muitos casos, a monoterapia (uso de um único medicamento) pode ser suficiente para controlar a pressão arterial. No entanto, frequentemente é necessária a combinação de dois ou mais medicamentos de classes diferentes para alcançar o controle adequado da pressão.

Efeitos colaterais e precauções

Como todo medicamento, os anti-hipertensivos podem causar efeitos colaterais. Alguns dos mais comuns incluem:

É muito importante que o paciente esteja ciente desses possíveis efeitos e informe ao seu médico qualquer sintoma atípico. . Muitas vezes, ajustes na dosagem ou a troca de medicamento podem resolver esses problemas.

Algumas precauções importantes incluem:

  1. Não interromper abruptamente o uso do medicamento sem orientação médica
  2. Manter-se hidratado, especialmente se estiver usando diuréticos
  3. Evitar o consumo excessivo de álcool
  4. Informar todos os profissionais de saúde sobre os medicamentos em uso
  5. Realizar exames de sangue periódicos para monitorar a função renal e os níveis de eletrólitos

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